Os impactos do plantio de eucalipto e da produção de celulose em comunidades tradicionais no extremo sul baiano || Claudia Santana Santos, José Luís Caetano da Silva

No Extremo Sul da Bahia a introdução da cultura do eucalipto vem trazendo sérios riscos para os recursos hídricos, o solo, a fauna e a flora locais, contribuindo também para a inviabilidade da agricultura familiar na região, ocupando todas as terras agricultáveis, inclusive em áreas que seriam destinadas a reforma agrária, terras indígenas e no entorno de Unidades de Conservação com importantes reservas de Mata Atlântica. Concomitantemente as fábricas de celulose promovem um uso abusivo de água potável, além de lançar resíduos nos rios da região. Nesta comunicação se estará analisando o uso que este empreendimento vem fazendo dos recursos do Extremo Sul e o quanto este impacta o solo, a água, a fauna, a flora e o cotidiano das comunidades tradicionais locais. O paradigma ecológico será seguido a partir da matriz disciplinar das ciências antropológicas e biológicas. Na antropologia a discussão ecológica está presente de Bateson a Ingold (Velho, 2002), mas se pode encontra-la de forma mais difusa vinculada as classificações e representações primitivas (Durkheim/Mauss), as funções sociais (Malinowski) e as estruturas políticas (Evans-Pritchard). Nas ciências biológicas a ecologia é um dos quatro paradigmas1 através dos quais se difunde o conhecimento científico nesta área, além de ter sido escolhido como o paradigma norteador do ensino de ciências biológicas nos níveis Médio e Fundamental no Brasil (Brasil, 1998, Weissman, 1998).

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