H20 para celulose x água para todas as línguas: o conflito ambiental no entorno da Aracruz Celulose S/A – Espírito Santo
Realizado pela equipe da FASE no Espírito Santo, com o apoio
da Ajuda da Igreja Norueguesa (NCA – Nordic Church Aid), este
pequeno estudo reúne contribuições de diferentes pessoas, enti-
dades e redes da sociedade brasileira, sendo fruto de um trabalho
em parceria através da Rede Deserto Verde, da Rede de Justiça
Ambiental, da Fundação Osvaldo Cruz (FIOCRUZ) e do Projeto de
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, da FASE Nacional.
Seu objetivo é identificar e analisar, (sem nenhuma pretensão
disciplinar), algumas entre as principais disputas por água, envol-
vendo a sociedade civil, habitante do entorno do complexo agro-
industrial da Aracruz Celulose, no Espírito Santo, Brasil. Trabalha
com casos concretos de conflitos, ora associados ao altíssimo con-
sumo nas fábricas de celulose, ora relacionados à monocultura em
larga escala do eucalipto de rápido crescimento. A idéia aqui é
aprofundar a compreensão da gênese, do modo de ser e natureza
própria desses conflitos, através principalmente da escuta direta
dos atores sociais envolvidos, da análise das estratégias e perspec-
tivas em confronto e da pesquisa de textos e documentos: da mídia,
da empresa, do Estado, dos movimentos sociais.
Um segundo objetivo, em sentido mais amplo que o anterior,
se lança na tentativa de um exercício político, em busca de outros
caminhos para as relações entre as sociedades do Norte e do Sul do
planeta. E, neste aspecto, a análise do complexo da Aracruz Celulo-
se é exemplar. Transpõe grandes distâncias históricas e geográfi-
cas, e perpassa enormes diferenças econômicas, sociais e ambientais.
De fato, os investimentos da Aracruz Celulose no Brasil conectam
negócios, cidadãos e cidades como Oslo, Helsink, São Mateus e
Aracruz, em uma mesma dinâmica temporal e espacial.